Por Eduardo Eichenberger Ao longo das últimas duas décadas a frente da gestão de empreendimentos de destaque no cenário nacional pude comprovar que a qualidade da governança se apresenta mais crítica para o sucesso do empreendimento do que o projeto em si, seja ele o mais qualificado possível. (…”até um veículo Mercedes-Benz sem a correta conservação acaba quebrando” Álvaro Luque, Diretor Terra Urbanismo). Apesar disso, o tema governança não tem merecido, a meu ver,frente a minha vivência, o destaque e importância a qual faz jus. Um empreendimento, após o início de sua ocupação, se torna um “organismo vivo” que se desenvolve e se transforma ao longo do tempo para melhor ou para pior. Daí a importância de se estabelecer e aplicar um conjunto de diretrizes urbanísticas e normas de convivência a fim de orientar, conduzir e disciplinar o convívio daquela comunidade que se forma e as múltiplas atividades que passam a ser desenvolvidas. Temos bons exemplos de empreendimentos que excederam as suas projeções de sucesso e valorização e se transformaram em verdadeiros "cases" para o Mercado por eleger a excelência na sua condução. Entretanto, também não nos faltam exemplos de bons projetos que se perderam, ou não alcançaram, ou sustentaram o sucesso e a valorização projetados, por não receber a atenção necessária e competente por seus promotores e/ou posteriormente por seus ocupantes, ao longo do tempo.
Isso ocorre porque, de maneira geral, parte do público, seja em que classe social se encontre, não está habituado a atentar às regras que limitam a autonomia individual em favor do coletivo, sejam elas de convivência ou relativas a restrições construtivas, segurança ou outras. Contudo, tão importante quanto estabelecer os instrumentos legais que regulam a vida em comunidade, é divulgá-los e aplicá-los de forma perene e equânime, pois, outro grave problema é aplicá-los de forma diferente para cada um. Essa sim é a fórmula do fracasso e a semente da desarmonia. Portanto, tornar as regras conhecidas, respeitadas, cobradas e defendidas por todos é o caminho correto para qualquer empreendimento. A gestão bem sucedida também passa pelo estabelecimento de indicadores de performance regularmente mensurados e a aplicação de planos de melhoria contínua. Boa e farta comunicação bilateral e a transparência das ações e informações. A tecnologia da informação está aí para ser utilizada com criatividade, gerando economia. Em suma, um bom projeto irá atrair o interesse dos compradores, todavia, será a qualidade da governança ao longo do tempo que construirá a reputação do empreendedor e a qualidade do ambiente e valor do patrimônio e da região no qual está inserido. Eduardo Eichenberger Diretor da Global Governance – Assessoria e gestão de Comunidades Planejadas Foi responsável pela gestão de empreendimentos consagrados como o Condomínio Laranjeiras-RJ, Quinta da Baroneza-SP ganhador do prêmio Master Imobiliário 2013, Fazenda Boa Vista-SP e consultor para os bairros planejados Granja Marileusa-MG e Una-Pelotas-RS, entre outros. [email protected]
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